Tumores ósseos benignos e malignos
Tumores são estruturas que podem se desenvolver em diferentes regiões do corpo a partir do crescimento desordenado de células. Essa disfunção também pode ocorrer nos ossos, resultando em Tumores Ósseos. Estes tumores podem ser classificados em benignos ou malignos.
A diferença entre eles está na agressividade, ou seja, na velocidade com que estas células se multiplicarão e, consequentemente, na possibilidade de atingir outros órgãos.
O diagnóstico de um tumor e a determinação de seu tipo acontecerá a partir de um conjunto de informações coletadas pelo médico a partir do exame clínico e outros complementares, que indicarão sua localização, região acometida, tamanho, resposta do osso ao tumor e até mesmo o tipo de tecido produzido a partir dele, entre outras.
Confira, a seguir, mais detalhes sobre os tumores ósseos e os seus principais tipos.
Tumores Ósseos Malignos
Os tumores ósseos malignos, também conhecidos como câncer dos ossos, podem afetar qualquer osso do corpo. Relativamente raros, se comparados a outros tipos de câncer, têm mais chances de cura se diagnosticados precocemente e com tratamento adequado iniciado o quanto antes.
As metástases ósseas são os tumores ósseos malignos mais frequentes. Em geral, originam de cânceres primários de próstata, mama, pulmão, rim, tireoide, bexiga, intestino e estômago. Acometem mais frequentemente indivíduos acima dos 40 anos de idade, atingindo ossos do crânio, costelas, coluna, bacia, úmero e fêmur.
Confira, a seguir, os tumores ósseos malignos mais comuns:
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Osteossarcoma – o mais comum tumor ósseo maligno primário, atinge predominantemente crianças, adolescentes e jovens adultos. Geralmente ocorre em ossos longos, como fêmur, ossos dos braços e da pelve. Os principais sintomas deste tipo de tumor são dor, tumoração visível e/ou palpável. Com o crescimento do tumor, pode haver aumento da temperatura na região e presença de veias dilatadas.
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Condossarcoma – o tecido fundamental desse tumor é formado por cartilagem, acometendo especialmente mulheres com mais de 30 anos. É mais frequente em ossos longos e da pelve, mas também úmero e fêmur. Embora maligno, este tumor é geralmente diagnosticado em estágio inicial e sem disseminação para outras regiões.
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Tumor de Ewing (Sarcoma de Ewing) – segundo tumor ósseo maligno mais comum entre crianças e jovens e terceiro entre adultos, pode ter início em qualquer osso, porém mais frequentemente na região do fêmur, pelve e tórax. Dor e aumento do volume da região, inflamação, febre e edema local são alguns dos sinais mais comuns. Podem ocorrer fraqueza, cansaço, febre baixa e fraturas.
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Cordoma – geralmente ocorre na coluna vertebral ou base do crânio, acometendo indivíduos entre 40 e 70 anos de idade.
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Mieloma Múltiplo – câncer primitivo da medula óssea, é o tumor ósseo maligno mais comum após os 40 anos, com pico de incidência aos 60 anos. Compromete principalmente vértebras, costelas, crânio, ossos chatos das cinturas pélvica e escapular, úmero e fêmur. A queixa clínica mais comum é a dor, associada muitas vezes ao aumento de volume. Em alguns casos, o osso se torna frágil, ocorrendo fraturas com extrema facilidade, levando ao diagnóstico.
Tumores Ósseos Benignos
Os tumores ósseos benignos são os mais comuns e, assim como os malignos, dividem-se em diversos tipos. Alguns são assintomáticos, outros poderão trazer sintomas bastante inespecíficos, dificultando o diagnóstico.
Há casos em que o tumor permanecerá por muito tempo sem qualquer alteração ou crescimento, podendo inclusive ser curados espontaneamente. De qualquer forma, o ideal é que o diagnóstico seja feito e que haja acompanhamento por um especialista, pois há tumores ósseos benignos que precisam ser tratados. Confira os principais deles:
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Encondroma – tumor ósseo benigno de proliferação cartilaginosa, comum em ossos longos. Mais frequente em indivíduos entre 20 e 50 anos, incidindo em ossos das mãos e dos pés (falanges, metacarpos e metatarsos). Como o crescimento desse tumor é assintomático, o diagnóstico costuma acontecer no caso de algum trauma. Quando há sintomas, a queixa mais frequente é a dor. Cerca de 1% dos casos podem se tornam malignos.
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Osteocondroma – tumor ósseo benigno mais frequente, está localizado na superfície do osso, como uma protuberância óssea coberta por uma capa de cartilagem. Geralmente diagnosticado em jovens, antes dos 20 anos, costuma ser assintomático, acometendo fêmur, tíbia, úmero e ossos da pelve.
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Osteoma Osteóide – tumor benigno produtor de tecido ósseo, mais frequente em crianças e adultos jovens, em geral acometendo fêmur e tíbia, mas também vértebras. A queixa clínica mais comum é a dor, principalmente noturna, que melhora com anti-inflamatórios.
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Tumor Ósseo de Células Gigantes – este é considerado um tumor benigno agressivo, caracterizado por um tecido muito vascularizado e presença de numerosas células gigantes, uniformemente distribuídas por tecido neoplásico. Geralmente acomete adultos jovens, com idades entre 20 e 40 anos, predominantemente em ossos longos, principalmente fêmur, tíbia e rádio. A principal queixa é dor e aumento de volume, podendo ocorrer derrame articular, inflamação e as chamadas fraturas patológicas, que acontecem em ossos previamente comprometidos por uma doença.
Lesões Pseudotumorais
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Fibroma Não Ossificante – comum em crianças com menos de 2 anos de idade, especialmente no fêmur e na tíbia, são lesões pequenas, geralmente assintomáticas, de crescimento lento, que tendem a desaparecer com a maturidade esquelética. Podem apresentar aumento progressivo, ocasionando abaulamento, dores e fraturas patológicas.
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Cisto Ósseo Solitário – lesão mais comum na infância e adolescência, geralmente localizada na metáfise proximal do úmero e do fêmur, pode ser assintomática. Quando há sintomas, as principais queixas são dor, aumento de volume, rigidez da articulação mais próxima e fratura patológica.
Diagnóstico
O diagnóstico dos tumores ósseos inclui avaliação de sintomas, exame clínico e exames de imagem, como radiografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e cintilografia óssea (mapeamento ósseo), conforme cada caso.
De acordo com os resultados, o médico poderá solicitar uma biópsia, que é a retirada de um pequeno fragmento do tumor para avaliação em laboratório. Este exame identificará o tipo de tumor, determinando se é benigno ou maligno.
Causa
Não há consenso sobre a causa de tumores ósseos benignos ou malignos, especialmente pelo fato de haver diferentes tipos de tumores acometendo pacientes de variados perfis e faixas-etárias.
Alguns deles estão diretamente ligados ao envelhecimento do corpo, mas há diversos outros fatores envolvidos. Muitos pacientes associam traumas, como pancadas fortes, mas essa relação não está estabelecida. Neste caso, o trauma muito provavelmente apenas fez com que o local recebesse mais atenção, tornando possível o diagnóstico.
O que se sabe é que algumas síndromes familiares de câncer, como o retinoblastoma, um câncer ocular, e a síndrome de Li-Fraumeni aumentam o risco desses tumores, assim como a osteomielite e a doença de Paget.
Tratamento
O tratamento de tumores ósseos, sejam eles benignos ou malignos, terá sempre o objetivo de preservar a segurança e o bem-estar do paciente, trazendo mais qualidade de vida por meio da manutenção das funções do membro afetado pelo tumor.
Para isso, o médico avaliará cada caso com base no diagnóstico, tamanho do tumor, localização e estado geral de saúde do paciente.
No caso de tumores ósseos benignos, há situações em que o médico apenas indicará o acompanhamento periódico do tumor. Em outros, será indicada a retirada cirúrgica.
No caso dos tumores ósseos malignos, a cirurgia é um tratamento fundamental e geralmente terá o objetivo de retirar não apenas o tumor, mas também parte do tecido saudável, como margem de segurança. Poderá haver a necessidade de substituição de ossos por enxerto ou próteses ou até mesmo a amputação, em alguns casos.
Alguns tipos de tumores ósseos malignos também são tratados com sessões de quimioterapia e/ou radioterapia, como em casos de Osteossarcomas, Sarcomas de Ewing, Mieloma Múltiplo, entre outros.